Os dois jornais italianos publicaram matérias sobre a nova turnê e o próximo show, que acontece no Teatro Sistina, no dia 8:
Torino Jazz Festival 2012 |
La Repubblica
Protagonista do revival
jazz italiano, compositora e intérprete de voz quente e harmônica,
Chiara Civello chega em concerto no Teatro Sistina, terça, 8 de
maio. Na exibição apresentará Al Posto del Mondo, seu último
trabalho que leva o título da canção apresentada no último
Sanremo. Dez músicas, a maioria composta pela própria Civello,
juntamente a Diana Tejera e autores importantes como Bungaro, Ana
Carolina, Burt Bacharach, seu grande defensor. Nascida em Roma,
inicia tocando piano e violão, mas é no canto que encontra a sua
vocação musical, paixão que aprofunda nos estudos na prestigiosa
Berklee de Boston, onde se forma em 1998. Se transfere para Nova York
e mergulha no estudo da música latina.
A volta na sua carreira
chega em 98 depois da composição de Parole Incerte, uma canção
que chega aos ouvidos do produtor Russ Titelman, notável colaborador
de Paul Simon, Rickie Lee Jones e James Taylor, e decide produzir
suas canções. Nasce assim a estréia Last Quarter Moon, com títulos
em inglês e italiano, e uma homenagem a Suzanne Veja através da
reinterpretação da célebre Caramel, e que a torna imortal como a
primeira italiana a assinar com a prestigiosa etiqueta jazz Verve.
O fato maravilhoso é que
a própria artista afirma que a sua música vai além do encontro cm
todas as etiquetas: uma mstura de jazz, música brasileira, blues,
soul e funky. Depois chega o álbum the Space Between, produzido por
Steve Addabbo para a Emarcy em 2007 e 7752 pela Universal Music, em
concertos e turnês em programas de televisão brasileiros e nos EUA.
Como acontece frequentemente, a sua popularidade deu um salto depois
da participação entre os Big do Festival de Sanremo.
Durante o concerto no
Sistina, a artista será acompanhada por Andrea Rosatelli no baixo,
Fabrizio Fratepietro na bateria, Nicola Costa na guitarra e Andrea
Sammartino nos teclados, e apresentará canções de seu repertório
e outras canções históricas como Um cuore è uno zíngaro, Io Che
amo solo te e Il Mondo.O concerto também será enriquecido pela
fotógrafa e vídeo maker ítalo-londrina Ra di Martino, com
projeções originais de fotografias e vídeos.
Fonte: La Repubblica
Torina Jazz Festival 2012 |
Corriere della Será
Por
Roselli Raffaele
A cantora jazz redescobre o pop.
“Apresentarei, como é óbvio, as
canções de meu ultimo álbum, Al Posto del Mondo. Mas, com a
visibilidade que Sanremo me deu e o fato de que, provavelmente, terão
pessoas que não conhecem meus trabalhos anteriores, cantarei músicas
dos meus três discos anteriores, como Ora e Night. E também algumas
canções que estão em particular no meu coração, que não
escrevi, mas que gostaria de te-las escrito, por exemplo, Um cuore è
uno zíngaro, que também gravei. Ou um medley que fiz e que
apresento há mais ou menos um ano, de Sergio Endrigo e Jimmy
Fontana, com Io Che amo solo te e Il Mondo. E também uma versão de
Estate, de Bruno Martino.”
Mais do que uma cantora jazz apaixonada
pela bossa nova, Chiara Civello. Já na véspera do concerto que fará
no Teatro Sistina, na terça, 8 de maio, se entende que as definições
são estreitas e que decidiu se mover com a máxima liberdade e
grande respeito, para não dizer agradecimento, para as grandes
canções de autores italianos. Ela confirma: “ Creio que os
gêneros e as definições servem mais para quem as escuta do que
para quem as faz. São as pequenas batalhas. Eu me associo a um
estilo que aqui na Itália não é muito popular, mas na realidade,
no exterior é considerado pop. Se tu pensa nas músicas de Norah
Jones, ou aqueles sons mais acústicos como Diana Kroll e Melody
Gardot, é um tipo de música que tem sua vertente, se nutre de
várias influencias mas tem uma autoria própria”.
Chiara é uma
nômade da música. Ela estudou na mítica Berklee College, que
continua a formar talentos do jazz internacional. Em Boston , fez uma
verdadeira miscelânea, tocando em restaurantes, casamentos, bailes.
Depois em NY, o primeiro contato com a prestigiosa Verve, um álbum
que entre outras coisa foi Trouble, escrita a quatro mãos com
Bacharach. Depois o Brasil, para onde Chiara se mudou para entender
os segredos de uma outra extraordinária escola de vida e de música.
Este novo trabalho, Al Posto del Mondo, é o primeiro gravado e
produzido inteiramente na Itália: “ É um pouco o meu retorno à
casa. De um certo modo eu sentia dentro de mim que crescia o
interesse, o amor por aquilo que é muito italiana que é a melodia.
Sempre mais escrevia em italiano. E era aquilo que o público queria
escutar de mim, porque sou italiana. Devagar fui observando o quanto
era difícil eu girar o mundo sem ter feito uma relação com o
grande público do meu país.”
Se explica assim a decisão de
participar de Sanremo: "O balanço dessa experiência é
absolutamente positivo. Foi emocionante. Sim, é uma manifestação
que cria muita pressão, não é fácil ser representado aos cem por
cento naquilo que és, porque faz parte também de um show maior,
deves responder a certas exigências que vão além da tua canção,
da tua representação. Se faria de novo? Sim, certamente”.
Fonte: Corriere