Chiara Civello tem uma história de
fábula. O International Herald Tribune a descreve como uma combinação
de personalidade, profundidade e sofisticação impressionante.
Nascida em Roma, com 18 anos se transferiu para os EUA onde
freqüentou a Berklee College Music. Lançou seu primeiro álbum com
a prestigiosa etiqueta Verve Records. Ficou conhecida com uma cantora
e compositora jazz, compõe em inglês e seu disco de debut foi Last
Quarter Moon. Dois anos mais tarde volta à cena musical com The
Space Between, que mostra uma parte mais íntima de Chiara. O
terceiro álbum nasce em 2010 com o título 7752. Depois de trabalhar
com Bacharach e com outros nomes da cena jazz americana, mergulha no
ritmo brasileiro. Ana Carolina, hoje estrela do pop brasileira foi a
principal colaboradora deste álbum. A virada de Chiara para a canção
italiana e o pop coincidiu com o seu retorno à Itália. Após a
experiência sanremense, Chiara apresenta seu quinto álbum Al Posto
del Mondo, que leva o título da música que escreveu para o
Festival.
Pergunta: Vamos logo ao agora, para
quê está se preparando?
Chiara Civello: Me preparo para o
tour que fará paradas importantes entre elas Roma, a minha cidade,
onde estarei no Sistina em 8 de maio e Milão no Teatro Smeraldo em
17 de maio.
No Teatro Sistina, em Roma |
Pergunta: É verdade que a escada de
Sanremo dá tanto medo? Como você venceu aquela descida?
Chiara: A escada de Sanremo?! Um
pesadelo! 8 degraus escorregadios e inclinados para a direita!
Parecia “jogos” sem fronteiras ... a primeira prova era com
certeza a escada, cantar vinha depois!!!
Pergunta: Todo seu percurso
artístico foi acompanhado das viagens, qual tua próxima meta?
Chiara: A minha próxima meta é
recuperar uma parte de mim que erroneamente deixei no coração de
alguém. Depois disso voltarei a viajar, mesmo estando parada.
Enigmática? Talvez sim. Hoje me sinto assim.
Em entrevista para uma rádio italiana |
Pergunta: Esta é uma notícia que
nos enche de curiosidade, mas sei que não dirá muito mais que isso,
então, falemos de projetos. Depois de tantas colaborações com
artistas de altíssimo nível, com quem gostaria de trabalhar no
futuro?
Chiara: Adoraria encontrar Paolo
Conte, Jerry Leeber, Carol King, John Mayer e Ennio Morricone.
Pergunta: Em Sanremo você encontrou
Lucio Dalla. Tem uma lembrança dele, algo que queira compartilhar
conosco?
Chiara: Sim, uma recordação que
guardarei com muito carinho. Na noite que me foi comunicado que eu
não tinha passado para a final, Lucio estava sentado perto de mim.
Eu não estava triste, mas ele me olhou, e carinhosamente me deu um
tapinha sobre o joelho e me disse: “Chiara , eu também fui
eliminado...agora somente força e trabalho!” Depois eu liguei
pra minha mãe e ela me perguntou se eu estava triste pela
eliminação, eu respondi que não poderia estar triste porque estava
sentada do lado de Dalla, um dos meus ídolos! Se ele não tivesse
ido embora assim, tão cedo, gostaria sem dúvida de ter colaborado
com ele.
Pergunta: Você escreveu duas
músicas com Rocco Papaleo, Isola e Tre, nos conte como nasceu essa
colaboração?
Chiara: Casualmente: nos encontramos
quando estávamos em Stromboli, com amigos em comuns, e passamos
todos os nossos dias escrevendo. A primeira canção foi Isola, que
está no meu segundo disco “The Space Between”. A mais recente,
Tre, nasceu de uma melodia que já tinha escrito há tempo. A letra
me enlouquece! Fizemos um vídeo muito bonito, que logo estará
disponível no meu site (www.chiaracivello.com)
Ilha de Stromboli |
Pergunta: Tantos anos longe da
Itália, o que você leva do nosso país junto contigo?
Chiara: Melodia, paixão, gosto e
senso do belo.
Pergunta: Que lindo! E qual a
primeira coisa que faz quando você chega aqui?
Chiara: Chamo todos os meus amigos
Pergunta: O que é hoje, para
Chiara, no lugar do mundo?
Chiara: Há pouco tempo era “Uma
pessoa que não sabe dizer adeus”, hoje é “Coração vagabundo”.
Fonte (em italiano): Vivessere