sábado, 6 de outubro de 2012

"Música que não tem paredes", uma entrevista de 2005!

 Entrevista feita na época do lançamento do Last Quarter Moon:


Por Tanya Perez-Brennan
The Times-Union,


O passado tem um jeito estranho de emergir das sombras nos momentos mais inesperados.

Talvez seja isso que tenha deixado a cantora Chiara Civello silenciosa no outro lado da linha.

Mas só por um instante. E então...uma gargalhada.

"Isso é ótimo", ela disse, em seu leve sotaque italiano. "Na verdade, eu amo isso. Pode ser o assunto para uma boa música."

Eu tinha acabado de dizer a Chiara que a conhecia dos "velhos tempos". Que foi há sete anos, em Boston, quando ela era apenas uma estudante no Berklee College of Music e eu somente uma estudante na University of Massachusetts e uma jornalista freelance. Vi muitas de suas apresentações nos estabelecimentos locais de jazz porque andávamos com o mesmo público de artistas internacionais.

Agora ela fica surpresa ao ver nossas carreiras se cruzando enquanto a entrevisto antes de sua estréia na Florida e depois do lançamento de seu primeiro álbum, Last Quarter Moon, pela Verve, no final de fevereiro. Ela fará sua apresentação na Church of the Good Shepherd esta noite, como parte do Riverside Fine Arts International Music Series.

"Tem sido uma longa jornada", disse.

Chiara deixou Roma aos 19 anos para estudar música em Berklee. Em apenas quatro anos da graduação estava fazendo backing vocals no CD October Road, de James Taylor, e mais tarde cantou um dueto com Tony Bennett num lançamento da Columbia. 



"É como ser um espectador de um filme sobre outra pessoa", disse, sobre o sucesso recente.

A verdadeira mudança veio quando ela foi ao ensaio de Paul Simon em Nova York há três anos e encontrou o produtor Russ Titelman. Ela deu a ele uma demo de Parole Incerte, uma música hoje do Last Quarter Moon. No outro dia, Titelman ligou e disse a Chiara que ela tinha que continuar a escrever canções.

Chiara nunca havia se considerado realmente uma compositora.

"Eu não tinha escolha a não ser acreditar nele e abraçar todos os meus medos", ela disse. "Essa pessoa tinha uma vasta experiência, então fui e mergulhei fundo na composição de músicas."

O resultado é uma mistura de canções cantadas em inglês, italiano e português -- uma rica combinação de influências jazz, pop, folk e bossa nova. Chiara escreveu sete das dez canções do álbum, a maioria baseadas em experiências pessoais de amor perdido e relacionamentos acabados. Ela co-escreveu a balada Trouble com o renomado compositor Burt Bacharach.

Mesmo sendo Last Quarter Moon um lançamento jazz, Chiara não se considera uma artista jazz. Ela disse que muitos músicos contemporâneos desafiam a categorização musical.

"Se eu olhar ao redor, há uma tentativa de ultrapassar ou transcender as fronteiras musicais e estou interessada na música que não tem paredes.

"Eu simplesmente vou para onde sou levada. Não estou interessada em perseguir gêneros, eles que me perseguem, de alguma maneira."

Chiara demonstrou isso durante a entrevista pelo telefone. Ela estava compondo uma música em seu apartamento em Nova York e tocou a melodia básica ao piano, cantando tanto em inglês quanto em italiano.

"Deus, essa música tem duas línguas nela", ela disse. "Vou escrever uma música tanto com italiano quanto com inglês."

A voz de Chiara tem uma qualidade sensual e densa, e é particularmente passional quando ela canta em italiano.

"Vamos dizer que talvez o italiano arranque um viés muito nostálgico que me lembra de onde sou", ela disse.

Fonte (em inglês): Jacksonville