quinta-feira, 29 de março de 2012

Anunciada nova data da turnê Al posto del mondo na Itália!

O show anunciado hoje vai acontecer no dia 7 de maio, no Teatro Ventaglio Smeraldo, em Milão



O teatro escolhido para a apresentação já recebeu nomes como David Bowie, Ray Charles, Bruce Springsteen e Caetano Veloso, e no dia 7 de maio, uma segunda-feira, às 21h, vai receber a turnê Al posto del mondo. 

Os ingressos podem ser comprados pelo site BoxTickets e TicketOne.

Il teatro scelto per il concerto ha ricevuto grandi cantanti come David Bowie, Ray Charles, Bruce Springsteen e Caetano Veloso, e Il 7 maggio, lunedì, alle 21 ore, riceverà il tour Al Posto del Mondo.

I biglietti possono essere acquistati attraverso il sito web di BoxTickets e TicketOne.

Biografia da Chiara pelo site Modica Liberata

O site, que propõe ser uma fonte de informação sobre tudo o que envolve a cidade de Módica, na Itália, tem uma seção biográfica da Chiara, que já se proclamou "modicana de coração", apesar de ter nascido em Roma.



Cantora e compositora. Nascida em Roma, iniciou a carreira musical muito jovem. Enquanto estudava na escola de música Saint Louis, de Roma, foi chamada pelo saxofonista e arranjador Mario Raja para participar do grupo “Mario Raja Big Bang” com quem registrou o cd Ellington, além de ter se apresentado em vários festivais em toda a Itália. Pouco depois fez parte do quinteto de Roberto Gatto “The Noisemakers” com o qual registrou o cd “#7” em 1997. Participou ativamente em concertos a nível nacional colaborando com músicos italianos como Paolo Fresu, Stefano Di Battista, Maurizio Giammarco, Pietro Tonolo, Marco Tamburini, Bruno Tommaso, Paolo Damiani, Danilo Rea, Fabio Zeppetella, Fabrizio Sferra, Dario Deidda, Ramberto Ciammarughi, Pietro Lussu, Pietro Ciancaglini, Lorenzo Tucci, etc.

Depois de participar de uma audição organizado pela Berklee College of Music no decorrer do Úmbria Festival Jazz de 1993, ganhou uma bolsa de estudos para continuar sua formação musical. Se transferiu para Boston em 1994. Durante seus estudos participou de inúmeros projetos internos e externos da escola, que deram oportunidade para Chiara inserir-se na cena musical de Boston e se exibir em contextos musicais muito diferentes entre eles. Em 1996 recebeu o prêmio Boston Jazz Society Award e em 1997 o Cléo Lane Award.

Terminados os estudos em 1998, iniciou sua colaboração com músicos de fama internacional entre os quais Phil Woods, George Garzone, Jerry Bergonzi, Mick Goodrick, Mike Stern, Harry Whittaker, Cidinho Teixeira, Bob Moses, Jimmy Haslip, Hiram Bullock, Jerry Gonzalez, Mark Whitfield, David Gilmore, etc.
Ao mesmo tempo fundava seu grupo juntamente com o pianista Alain Mallet, o baterista Jamey Haddad (também membros do grupo de Paul Simon) e o baixista John Lockwood. O grupo atinge grande sucesso apresentando-se em eventos musicais na costa oriental dos EUA e despertam grande interesse da crítica e que há nominado Chiara por dois anos consecutivos “Outstanding Jazz Vocalist” para o Boston Music Awards 1999 e 2000.

A música...

Se apresenta com uma rara combinação de influências e estilos musicais: seu repertório varia entre canções originais, arranjos seus e de Alain Mallet e de geniais explorações de Jazz Standarts.
A abordagem livre e interativa do grupo às canções dá grande destaque ao alto nível artístico em um contexto de diálogos constantes e criativos, o que rende às performances uma experiência única.
Além disso, o trabalho de reinterpretações de músicas pop, rock, latina, brasileira e italiana agrega ao projeto um caráter que transcende as fronteiras musicais que engloba vários tipos de público.
A sua grande musicalidade e suas excepcionais qualidades vocais dão à Chiara não somente uma extraordinária capacidade de interpretação, como também sua notável liberdade de improvisação.

O conhecimento de diversos estilos musicais juntamente com o refinado uso instrumental da voz se refletem em todas as suas performances, nas quais, com grande harmonia, combinam-se momentos de impulsividade e improvisações com momentos de estudo e pesquisa musical, sugestionando tanto os músicos como o público.


Todos esses elementos dão a Chiara Civello e sua música um caráter profundamente humano e verdadeiro.

terça-feira, 27 de março de 2012

Torino Jazz Festival 2012

Foi divulgada hoje a programação da primeira edição do festival de jazz de Torino, na Itália, que acontecerá nos dias 27 de abril a 1º de maio, em três pontos da cidade. A Chiara está entre os convidados que se apresentarão na noite do dia 1º de abril, numa grande "Festa Jazz" que encerrará o evento. O show terá participação especial do músico Fabrizio Bosso.



Chiara Civello featuring Fabrizio Bosso
Chiara Civello, voce
Marco Siniscalco, basso
Fabrizio Fratepietro, batteria
Nicola Costa, chitarra
Tba, tastiere
Fabrizio Bosso, tromba

 Veja a programação completa aqui.

domingo, 25 de março de 2012

Frederico Guigla entrevista Chiara Civello



                  Neste sábado, 24 de março, o canal LA7 da Itália, transmitiu uma excelente entrevista feita com Chiara Civello para o programa Prossima Fermata.

                      Gentilmente conduzida por Frederico Guigla, Chiara contou de que forma sua nonna Bianca   despertou sua paixão pelo piano e como um violão acidentalmente quebrado, levou-a a dedicar se ao canto.

         Falou sobre os encontros importantes significativos que ocorreram na sua carreira até hoje, mencionando o seu primeiro produtor Russ Titelman, e as parcerias com Burt Bacharach e Ana Carolina.


Em um momento de descontração, Frederico Guigla, pergunta sobre a sua participação em San Remo:





"Em San Remo o que você mais temia: o público, os jurados ou descer as escadas até o palco?" 

ao que ela responde:    " Sem dúvidas, descer as escadas, ...."    e sorrindo, segue explicando o por que:

"Eram 8 degraus iniciais e mais 3 para chegar ao palco, eles eram bem altos, estreitos e escorregadios..."


Revela que a oportunidade de permanecer na Itália após sua participação em SanRemo, a fez mais conhecida ao publico italiano o que para ela é muito gratificante e que o próximo passo, uma grande realização pessoal, será o show do Teatro Sistina, que ocorre no dia 8 de maio de 2012.





Citando o Brasil em várias oportunidades ela ainda revela que se houvesse uma máquina do tempo que pudesse transporta-la naquele instante para qualquer lugar, escolheria o Rio de Janeiro, pois considera que o título de   " Cidade Maravilhosa " não é apenas uma menção mas sim a mais pura verdade, por nela existirem pessoas maravilhosas.

Grazie Chiara! Nós aqui no Brasil, estamos saudosos, orgulhosos e ansiosos pelo seu regresso!





Grazie Sony Crys por ter achado mais este tesouro! rsrsrsrs





Abaixo, o vídeo da entrevista na íntegra!




sábado, 24 de março de 2012

Chiara em MOSCOWita.it e La Musica Suona

Esta semana Chara Civello foi citada em dois blogs, MOSCOWita.it e La Musica Suona.

No primeiro, MOSCOWita.it , Anna Leonova, comentou sobre o show da cantora no ultimo dia 15 de março em Moscow.

No Blog, La Musica Suona, blog de nóticias sobre a música italiana redigido em português, faz uma análise sobre o CD Al posto del mondo. Por considerar o cd um belíssimo trabalho, o autor  do blog, comentou que o CD mereceu uma resenha completa, de música por música.
Vale a pena conferir!


Hoje, sábado 24 de março de 2012, dando continuidade ao lançamento de Al posto del mondo, Chiara estará às 18:00 (horário da Italia) na fnac Torino La Gru, imperdivel!
 

quinta-feira, 22 de março de 2012

"Chiara Civello, voz e fascínio"

Matéria do L'Arena.it anunciando o pocket que aconteceu hoje, na FNAC Verona:


Uma das melhores cantoras da atualidade hoje, às 18h (hora italiana), apresenta seu novo CD. Partindo do jazz, explorou outros gêneros de experências americanas e brasileiras.

Não foi à final, mas o dueto com Francesca Michielin foi uma das melhores coisas ouvidas no Festival de Sanremo. Além do significado da canção (escrita juntamente com Diana Tejera), ali Chiara Civello deu uma bela demonstração de seus dotes vocais nada comuns: timbre aveludado, sensual, pastoso, capaz de voar alto e de emocionar.

Hoje Chiara estará no Fórum FNAC, às 18 horas, para apresentar ao vivo seu novo álbum, intitulado exatamente de Al Posto del Mondo, lançado no mês passado pela Sonic Music. É um trabalho multifacetado e estilisticamente heterogêneo, confirmando um caminho mais livre dos cânones estritamente jazzísticos, de onde a compositora romana partiu em 2005. Em resumo, mesmo se em termos de venda Chiara não estourou, parece que ela tende a se exprimir com liberdade, um pouco ao exemplo de Norah Jones, esta também passou do jazz a outros territórios, até mesmo pelo country.


Civello explicou que mesmo a canção apresentada em Sanremo não fosse fácil para se ajustar ao pop do festival, mas uma música repleta de aspectos que a convergem, inclusive um convite melódico anos 60.
Um território, este, que ela demonstra amar também reapresentando um passado de clássicos como Il mondo di Jimmy Fontana, Io che amo solo te di Sergio Endrigo, Il cuore è uno zingaro di Nicola Di Bari (este já nos anos '70) e, no Festival di Sanremo, interpretando em dueto con Shaggy  Io che non vivo senza te de Pino Donaggio (em inglês You don't have to say you love me).

Depois de anos vivendo em New York (e nos EUA, o disco de estréia com a Verve, Last Quarter Moon, que contou com a colaboração autoral do grande Burt Bacharach, outro maestro da melodia) e as sucessivas, e notáveis experiências brasileiras no Rio (percebe-se o amor pela bossa nova) Civello parece propensa a uma síntese pessoal de tudo que acumulou até hoje.

Vídeos do show de estréia da turnê Al posto del mondo!

No último dia 15 aconteceu o primeiro show oficial da turnê Al posto del mondo, cuja primeira parte irá até o dia 15 de abril (com shows e alguns pockets, como o de hoje em Verona). A apresentação foi no Teatro Estrada, já tradicional na cidade de Moscow, na Rússia, como parte de um evento que todo ano traz artistas de jazz famosos ao redor do mundo. 

Dias atrás postamos aqui no blog uma matéria do canal italiano TG2 com a cobertura do show. Abaixo, dois vídeos gravados pelo Timotej Dolinar, que gentilmente autorizou nossa postagem aqui (grazie!):

Chiara cantando a clássica Estate, de Bruno Martino, feita famosa no Brasil na versão de João Gilberto:


Non Avevo Capito Niente, última faixa do 7752

quarta-feira, 21 de março de 2012

Chiara na RadiostarTV amanhã!

Amanhã (22) Chiara será convidada da RadiostarTv, no programa Free Zone Magazine, às 14h30min, com reprise às 19h30 min. (horário italiano)
Para assistir entre no site: radiostartv.it e o twitter: @radiostartv


Chiara Civello na SkyTG24


Dando continuidade ao lançamento do CD, "Al posto del mondo", Chiara Civello concede entrevista à Martina Riva da skyTG24, e comenta sobre as parcerias e novos arranjos.

A reportagem inicia com um breve relato sobre a trajetória da cantora romana que se define como "uma cidadã do mundo" e o início de sua carreira na América do Norte, primeiramente em Boston e depois em New York.
Martina Riva, comenta ainda que em seu retorno à Itália, pelo menos por enquanto para participar do Festival de San Remo, Chiara lança o seu quinto CD, sendo este o  primeiro álbum a conter apenas  canções em sua língua materna, o italiano, e deixa no ar a pergunta:  

"No seu primeiro álbum foi "o buscar-se", no segundo "o recolher-se", no terceiro "o encontrar-se" ( o quarto foi a Edição Deluxe de 7752, lançado somente na Itália) e neste, o quinto o que poderia ser?"

Chiara menciona as diferentes características das cidades em que já teve a oportunidade de conviver como Boston, New York e Rio e finaliza a entrevista falando sobre a preciosidade, o profissionalismo e a versatilidade que os músicos  brasileiros tem de compor em parcerias nas reuniões musicais onde o trabalho  e o prazer tornam-se um só.

Assista a entrevista na íntegra aqui:




Grazie Sony Crys :)

terça-feira, 20 de março de 2012

Entrevista de 2005, do AllAboutJazz!

Em março de 2005 o site especializado em jazz fez a cobertura do lançamento do primeiro álbum da Chiara, realizando uma entrevista bastante detalhada sobre o período pré-Berklee e a educação musical que culminou no contrato com a gravadora Verve. Destaque pro amor da Chiara pela música brasileira, mesmo antes de conhecer o país em 2008 :)



De Roma a New York perseguindo a música
por Enrico Bettinello


Aproveitando o lançamento do seu primeiro cd pela Verve, Last Quarter Moon, entrevistamos a cantora Chiara Civello, que nos contou sobre sua música, seus encontros e seu novo disco.

All About Jazz (AAJ): Nos conte teus primeiros passos no jazz, na época em que estudavas na Saint Louis de Roma. Professores, amores, desilusões, descobertas?

Chiara Civello (CC): Encontrei o jazz aos quatorze anos anos, caminhando por uma ruazinha de Monti, em Roma, quando olhei a escola de música Saint Louis. Depois de saber informações sobre vários cursos, me inscrevi para o canto jazz. E ali encontrei Cinzia Spata, uma figura muito importante para mim, porque reforçou o meu desejo de música e aos dezesseis anos me incentivou a fazer uma audição para a Berklee. Um início casual, silencioso. Desde as primeiras vezes que ouvia, o jazz me fazia sentir alguma coisa que somente depois de eu me mudar para os Estados Unidos pude entender: a liberdade. O jazz é um gênero musical que acolhe as imperfeições, as diferenças e as muitas possibilidades de interpretar e interpretar-se.

AAJ: Entre 1994 e 1998 você frequentou a célebre Berklee College: como foi esta experiência de formação, sei por exemplo, que seguir os professores instrumentistas te levou a um enfoque instrumental ao canto.

CC: A experiência em Berklee foi belíssima, não apenas do ponto de vista da formação, mas porque me abriu o mundo. Preferi estudar com musicistas do que com cantores e a aproximação instrumental no estudo do canto foi uma grande escola. Não havendo botões para tocar ou cordas para dedilhar, como em outros instrumentos, tive de educar o ouvido para adquirir uma consciência das notas e das tensões de uma progressão harmônica. Esta foi uma grande oportunidade para me concentrar na natureza do meu som, na entonação e em todas as qualidades escondidas nas cordas vocais, para depois poder chegar ao público com uma vibração pura.

AAJ: Depois você se transferiu para New York e trabalha muito no âmbito latino e brasileiro...

CC: NY para quem estudava em Berklee era um estágio obrigatório, uma prova de fogo. Foi como quando obtive a carteira de motorista, diziam que se aprendia a dirigir um velho Cinquecento podia-se guiar também um caminhão, porque é um carro que não é fácil de dirigir, de guiar. NY é assim, sem piedade, uma cidade que te “cria casca”. Quando me mudei eu precisava trabalhar e o jazz pagava pouco ou nada, e assim unindo o útil ao agradável que comecei a cantar em grupos de salsa e grupos brasileiros, aprendendo espanhol e português.
Foi ali que iniciou um grande amor pela música brasileira, que para mim constitui a sublimação de harmonia, melodia e ritmo, uma música quente, que encontra-se sobre a linha de encontro entre a tristeza e a alegria: a Saudade. Um grande amor que me fez escrever a primeira canção, “Parole Incerte”, uma música que mudou minha vida.

AAJ: Entre tantos encontros fantásticos da sua carreira, estão aqueles com Tony Bennett e Burt Bacharach, nos conte alguma coisa sobre eles.

CC: Cantar com Tony Bennett e Burt Bacharach?? Dois dos quatro momentos mais importantes da minha vida. E os outros dois? O primeiro quando eu nasci, o segundo ... devo fazer um pouco de mistério, não?
Enquanto eu cantava com Tony Bennett me sentia em um filme... até agora quando olho as fotos me emociono. Me chamou para cantar “Estate”, de Bruno Martino, para um de seus próximos discos... já no telefone eu achei que era uma brincadeira, depois veio o carro me buscar para levar ao estúdio, ali eu entendi que era de verdade e que eu estava participando de um pedaço da história ...e foi assim.
Com Burt Bacharach foi como encontrar a canção em pessoa. Eu retornei três vezes à casa dele, na Califórnia, sentada com ele ao piano escrevendo aquela que depois se tornou “Trouble”. Burt é grande, um homem cuja elegância é toda na simplicidade. Com ele aprendi que não se atalha e que não se escreve uma obra-prima em três segundos.

AAJ: Como foi trabalhar com um produtor de grande experiência pop como Russ Titelman?

CC: Russ Titelman foi uma figura chave para o meu crescimento artístico. Ele me abriu os olhos sobre uma parte de mim que nem sabia que eu tinha, me encorajou a escrever canções, depois de ouvir um demo de Parole Incerte. Damos asas às canções juntos. Enquanto eu escrevia ele me emprestava os seus ouvidos,sua experiência e seu entusiasmo para me fazer andar à frente, para crer. Trabalhar com Russ foi uma experiência inesquecível. Creio que aprendi mais com ele na produção deste disco que na escola em dez anos. Russ é um purista do som, um naturalista, e utilizou um abordagem absolutamente live. Em outras palavras, se o ouvinte fecha os olhos enquanto ouve o disco, se pode visualizar na sua salinha, com o violão em uma parte, a voz no centro e o piano em outra, como se estivesse tocando de frente a ele, em uma performance privativa. Lindo, não?

AAJ: Como você escreve suas canções? Inicia do texto ou das melodias, de situações autobiográficas? Quais dificuldades ou facilidades encontrou em escrever em uma língua que não é a de origem?

CC: Sento no piano e vou conforme sinto, como sou tocada. No início não há uma razão absoluta, uma melodia que depois desenvolvo. Na minha caça a melodia eu sofro, fico marcada de suor (como diz James Taylor), sou feliz, fico brava e faço muitos erros... mas cuido para não ficar longe do prazer de fazê-lo, do instinto que me fez escrever as primeiras canções. Adoro levar as idéias para lugares inesperados, com soluções incomuns. O meu principal motor é a surpresa. As minhas canções são absolutamente autobiográficas, mas falam de coisas comuns, música, texto e sentimentos onde todos podem se identificar.
O que é bonito no ato de escrever palavras para mim é levar as emoções para uma dimensão concreta, tangível, palatável e visível.

AAJ: Nos conte algo sobre as músicas deste álbum, quais você acha mais representativas, o percurso que desenham?

CC: Last Quarter Moon fala das estranhas encruzilhadas da vida, onde o ponto de partida encontra o da chegada. Raramente se considera o último quarto da lua, mas para mim é um momento interessante, um momento de incerteza, que evoca um dissídio entre o desejo de renovação e a permanência de elementos passados.

AAJ: O que toca no cd player de Chiara Civello? Há artistas novos que te interessam e com os quais gostaria de colaborar?

CC: No meu CD? Então: Oum Kulthum, a estrela do oriente, Nat King Cole, Vanoni-Toquinho, João Gilberto (Amoroso), Stevie Wonder (Hotter Than July), Sigur Ros, Aldo Ciccolini que toca Debussy, Elis Regina, Simon Shaheen, Richard Julian. NY é uma cidade entusiasmante e única, um viveiro de talentos. Os vários músicos que passam por esta cidade ou que moram, com seus sons, suas diversas culturas musicais, são todas nas minhas canções e continuarão a inspirar a minha música, de um modo ou de outro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Letra e tradução de "Tre"!

Música lançada com a versão DELUXE do 7752, no ano passado, foi composta em conjunto com o cantor e ator italiano Rocco Papaleo (que já havia composto Isola com a Chiara).





Tre

Champagne e lacrime
Sudore e fragole
La vita facile non fa per me
Sopra le regole
Sotto le favole
Sembriamo mille e siamo solo in tre

Siamo lui, lei e io non me identifico

Salgo sul palpito
Seguo l'oroscopo
Mi metto in ballo senza remore
Ma senza incorrere nel lungo termine
Brucio le pagine con i perché
Siamo lui, lei ed io me semplifico

Perché noi siamo due che fan per tre
Siamo lui,siamo lei quello che c' è
Siamo facce della stessa fantasia

Con passi languidi e sguardi liquidi
Attraversiamo le malinconie
E le sue mani muovono le mie
Siamo lui, lei ed io che mi gratifico

Perché noi siamo due che fan per tre
Siamo lui, siamo lei, siamo quello che c'é
Siamo facce della stessa fantasia
Perché noi siamo due che fan per tre

Equilibrio matematico non c'è
Siamo gocce della stressa malvasia
Con passi languidi e sguardi liquidi
Attraversiamo le malinconie
Dove i mister sono compatibili
E le sue mani muovono le mie

Siamo lui, lei e io non me identifico
Lui,lei e io che semplifico
Lui, lei io che mi gratifico


Três

Champagne e lágrimas
Suor e morangos
A vida fácil não é pra mim
Acima das regras
Abaixo das fábulas
            Parecemos mil mas somos somente em três

Somos ele, ela e eu não me identifico

Entro na batida
Sigo o horóscopo
Me ponho em risco sem hesitação
Mas sem entrar em longos termos
Queimo as páginas com os porquês
Somos ele, ela e eu me simplifico

Porque somos dois que fazem por três
Somos ele, somos ela e aquilo que é
Estamos diante da mesma fantasia

Com passos lânguidos e olhares líquidos
Atravessamos a melancolia
E suas mãos movem as minhas
Somos ele, ela e eu que me gratifico

Porque nós somos dois que fazem por três
Somos ele, somos ela, somos o que é
Estamos diante da mesma fantasia
            Porque nós somos dois que fazem por três

Equilíbrio matemático não é
Somos gotas do mesmo vinho
Com passos lânguidos e olhares líquidos
Atravessamos a melancolia
Aonde os mistérios são compatíveis
E suas mãos movem as minhas

Somos ele, ela e eu não me identifico
Ele, ela e eu que simplifico
Ele, ela e eu que me gratifico

"Chiara Civello, rainha de uma noite que deixa intacta a vontade de ouví-la."

 Artigo de 2008, após um show da Chiara realizado a céu aberto, na Itália, com os amigos e famosos músicos dos Estados Unidos, Tino Derado e Jamey Haddad.



A sua voz se mescla ao piano, a percussão e o acordeão para tornar-se um instrumento musical.

Chiara Civello, hóspede do Note di notte, no Gli aromi, não deixa espaço o contexto. O silêncio numa noite em um campo aberto sob um céu repleto de estrelas, harmoniza-se com um canto jazz sem igual no panorama musical de hoje. Guiada pela noite, que atravessa quase todas as letras de suas canções, Chiara navega para sua ilha, que dá o título a uma de suas músicas preferidas e ao show, e evidencia a sua proximidade com as sonoridades latinas e brasileiras, acompanhada de Tino Derado no piano e acordeão e de Jamey Haddad na bateria e percussão. Sobre eles e sobre a amizade que há anos a liga a dois músicos extraordinários, fala em italiano. Os apresenta, agradece a eles e acrescenta: "A coisa mais engraçada é que eles, do que eu acabei de dizer, não entenderam uma palavra". Entre os sorrisos e aplausos dos espectadores, Chiara sussurra um reconfortante "Isso é bom" para Tino e Jamey.

"De Saint Louis, em Roma, até a Berklee College of Music, aprendi tanto e tanto esqueci", intercala a artista entre uma canção e outra. E sua memória se revela, em ambos em casos, como uma aliada preciosa de seu talento inerente para o canto, sancionada por uma carreira em constante ascensão e marcada por uma longa experiência ao vivo e diversas gravações, duas em especial: Last Quarter Moon, produzida por Russ Titelman e gravada com a Verve - foi a primeira italiana a firmar contrato com a prestigiosa etiqueta de Louis Armstrong e Ella Fitzgerald - e The Space Between, produzida por Steve Addabbo e gravada pela Universal Music.

Aplaudida por milhares de pessoas em um silêncio religioso que se seguiu à apresentação, Chiara, 30, não perdeu a simplicidade que marca sua personalidade delicada e modesta, própria de um grande artista. "As canções são como os trens: te levam de um canto para o outro. Esse conjunto de canções - disse Chiara, que se manteve até o fim do show, para não perder contato direto com o público - é meu trem para casa". 





Anuncia as letras, explica os títulos e exalta os momentos vividos para que se misturem com as palavras e os sons no ritmo atemporal do jazz, do blues e de um apanhado de melodias de difícil definição. Notas complexas e espaços vazios cujo único fio condutor é a presença de uma voz forte e quente, que domina os instrumentos que acompanham a alternância entre agudos, graves e sussurros indistinguíveis. Chiara canta suas letras e as explica com gestos elegantes, senhora de um palco que estaria melhor posicionado dentro de um teatro. Mesmo assim, a imagem do campo aberto dá o espaço sem nunca tolher a extensão da vocalista que, às vezes, se refere a locais enfumaçados de Nova Orleans, berço do jazz, como contam os velhos filmes americanos. Assim como a doce "Moon River", um toque de classe na apresentação da artista ao piano, relembra a eterna "Bonequinha de Luxo".

Do italiano para o inglês, e até mesmo no clássico francês "Que sera-t-il des nos amours", dedicada especialmente para seu tio, Chiara não hesita. Seu canto mantém uma musicalidade constante, ritmada durante a noite, magistralmente musicada em "Night", que, para Chiara, "traz um conselho" (afirma, sorrateiramente, sem adicionar nada), e para o público traz a vontade de viver e sonhar. "Como estão? Tudo bem, tudo ok?", pergunta, com um sorriso, abraçando o violão. A resposta é um longo aplauso de aprovação que continua pela a passagem de maracas eletrônicas que Chiara alterna com o canto.

"É a melhor cantora jazz de sua geração", disse Tony Bennet, sobre ela. E se Burt Bacharach a definiu, sobretudo, como uma cantora e compositora extraordinária, Phil Woods não hesitou em exaltar-lhe os dotes de musicista e compositora capaz de improvisar ao piano como poucos. Às saudações do trio seguiram-se aplausos e pedidos de bis que ganharam mais três canções. Chiara Civello cumprimenta tocando "Night" novamente, com calma e sem ansiedade, rainha de uma noite que deixa intacta a vontade de ouví-la.


Franca Antoci

domingo, 18 de março de 2012

Chiara na TG2, falando sobre o show da Rússia!

Programa da TG2 exibido ontem, sobre o show da Rússia. Chiara fala sobre a emoção de estrear a turnê em Moscow e sobre a beleza do Teatro de Variedades:


Mais três participações da Chiara em álbuns de parceiros no começo da carreira!

Chants: A Candomble Experience (2000)


Álbum lançado pelo jazzista Nando Michelin após uma visita ao Brasil, onde se encantou pelos sons da religião candomblé e, de volta aos Estados Unidos, misturou jazz aos vocais característicos dos cantos. Chiara faz os vocais da faixa 3, "Iemanja".

Mais informações e trechos das músicas do álbum.


Luminescence (2003)




Tino Derado é um músico graduado em Berklee que, em 2001, convidou a Chiara para participar de um ábum que combina, tango, bossa nova e jazz, e contava também com a participação de Guilherme Monteiro, amigo e parceiro da Chiara nos anos seguintes. O próprio Tino viria a participar de alguns shows da Chiara em 2007.

Em "Luminescence", além de gravar os vocais das canções, participou também da composição da faixa de encerramento, "Sambaroma", que viria a fazer parte do seu primeiro álbum, anos depois.

Mais informações e trechos das músicas.

Approachable Perspectives (2003)




Ernesto Klar é um nome conhecido pela sua experimentalidade nas composições, que improvisam e vão muito além das suas raízes jazz. Também formado em música em Berklee, quando da gravação do álbum de seu projeto "The Klaresque Ensemble", em 1999, convidou a Chiara para recitar um texto na faixa 6 do CD, "De-riff-struction".

Mais informações.



Tradução de "Conchiglie", do 7752 DELUXE

"Conchiglie" é e uma canção gravada pela Chiara em 2010 e lançada na versão italiana do CD 7752. A música foi adaptada da, até então inédita, "Cacos de Amor', de autoria de Luiza Possi e Dudu Falcão. Em 2011, Luiza lançou a música quando da gravação de seu DVD "Seguir Cantando", fazendo um dueto com sua mãe Zizi Possi.  A performance das duas pode ser vista aqui.

Na versão do 7752, Chiara, além dos vocais, é a responsável pela guitarra, piano, mellotron e o baixo.
Ouça a música e acompanhe a tradução abaixo:





Conchiglie


Parte di te
Parte di noi sulla sabbia
Tra i vetri gocce e i perché
Parte di me dice "lo vado avanti" però
L'altra dice "no"

Sarà che porti un ricordo di me ancora bello
Sarà che il mare ha davvero distrutto il castello
E ora conchiglie sparse tra noi

Vedi
Nella luce di una stella che già non esiste
Da dove io ti guardo il mio amore insiste
É una constellazione solo mia

Giuro
Io non ti voglio più come volevo
Ma il cuore non mi ascolta
E chiede almeno
Le conchiglie sparse tra noi


Conchas

Parte de você
Parte de nós na areia
Entre gotas de vidro e o porquê
Parte de mim diz "vou em frente" mas
A outra diz "não"

Será que guarda uma lembrança de mim ainda bela
Será que o mar realmente destruiu o castelo
E agora conchas espalhadas entre nós

Veja
Na luz de uma estrela que já não existe
Onde eu te observo o meu amor insiste
É uma constelação somente minha

Juro
Não te quero mais como queria
Mas o coração não me escuta
E deseja pelo menos
As conchas espalhadas entre nós


A versão DELUXE do 7752 está disponível no Itunes.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Cifra de "E se"!

Mais uma vez, feita pela Marcia Rezende, em versão normal e na versão simplificada. :) Divirtam-se e grazie, Marcia!




quarta-feira, 14 de março de 2012

Show na Rússia amanhã!

Do Metronews.it:

Depois de Sanremo, Moscow

Aplaudida no Festival de Sanremo pela sua ótima música, "Al posto del mondo", Chiara Civello, refinada cantora italiana, estará pela primeira vez em show em Moscow. É esperada amanhã no histórico Teatro Estrada do Moscow, como parte do "Jazz & Classic", que atrai todos os anos, ao redor do mundo, os artistas mais interessantes do gênero.

A cantora e compositora apresentará, além da canção "Al posto del mondo" - que dá o título a seu álbum mais recente - apresentada em Sanremo (também em dueto com Shaggy), "Resta", que a faz famosa no Brasil, e outros sucessos de seu repertório internacional, cover de famosas músicas italianas, reinterpretadas com seu estilo requintado e inconfundível, como "Il cuore è uno zingaro", de Nicola Di Bari e Nada, "Il Mondo" de Jimmy Fantana e "Io che amo solo te" de Sergio Endrigo.


terça-feira, 13 de março de 2012

Entrevista de Chiara Civello para o programa Radio Days da Rádio Spazio Blue

Chiara foi convidada na segunda-feira (12), pela manhã, por telefone.

Falou um pouco da produção do álbum, que foi totalmente feito na Itália.
Foi questionada pelos entrevistadores se tinha alguma música preferida no disco, ao qual Chiara respondeu que todas são especiais, destacou que "A menon devi dire mai" foi a última a ser escrita, juntamente com Bungaro,e que tem um carinho especial por esta música.

Falou também sobre "E Se", escrita com a poetisa Patrizia Cavalli e Diana Tejera, comentou também que gosta muito da canção "Scusa".

Os entrevistadores perguntaram sobre a música Problemi, e Chiara falou que é uma música escrita com uma artista muito querida por ela, Ana Carolina e com Dudu Falcão,
e que é um sucesso no Brasil na voz de Ana Carolina. A entrevista terminou com a reprodução de " Problemi".

segunda-feira, 12 de março de 2012

Artigo do Italia Magazine sobre o Al posto del mondo

Apresentação em 08 de maio na Sistina, em Roma.



Se - como sustenta Chiara Civello – o primeiro disco é buscar-se, o segundo de recolher-se, o terceiro de encontrar-se, o quarto (ou quinto, se contar a Edição DeLuxe de 7752), o que poderia ser? Ela não disse, mas ao ouvir o trabalho adulto e maduro como este, pode-se defini-lo como deixar-se ir. Esse mergulho neste rio de notas, que escorrem sem esforço e deixam-se levar onde as mil almas de Chiara convergem. Al posto del mondo, a canção escrita com Diana Tejera, compositora que não esconde sua requintada paixão filha de sangue hispânico, que já pertence a todos e a nenhum universo musical em particular. Há toques de tango e ritmo latino, mas há também a respiração de uma grande canção da idade de ouro dos “radio days”, a idéia de clássico sem tempo definido que somente a naturalidade de uma melodia direta, inspirada e uma bela interpretação pode transmitir.


Chiara Civello deu seus primeiros passos no jazz após tornar-se apaixonada pela música brasileira e por alguns prestigiosos autores, hoje seus amigos; olha para o pop como um espaço de liberdade onde o rigor dá lugar à diversão. Bem, hoje nenhum desses elementos (e também outros) se pode dizer que é dominante, se trata de uma sucessão em perfeito equilíbrio, tantos movimentos de talento e de coração que vão na direção para definir simplesmente os contornos de uma grande artista. E tanto é segura da própria identidade, tanto é pronta para compartilhar e se envolver. Exatamente como Chiara fez no 62º Festival de Sanremo, apresentado, na homenagem à grande canção italiana, a música “You Don’t Have to Say You Love Me” – “Io che non vivo (senza te)” – di Pino Donaggio, con Orville Richard Burrel da Kingston, mais conhecido como Shaggy. Ou, como sempre em Sanremo, o dueto da sua canção Al posto del mondo com Francesca, adolescente de Bassano del Grappa, vencedora do X-Factor.


Al posto del mondo, o primeiro álbum de Chiara inteiramente produzido e registrado na Itália, é composto por 10 inéditas (na versão digital é possível comprar um bônus track da música Lo Vedi). Este trabalho é a fotografia mais fiel de Chiara Civello de hoje, muito mais livre para voar em E Se, sobre os trapézios de uma orquestra circense, a Bacharach (com o qual assina a intensa Trouble), recolher-se na bluesy de Hey caro ragazzo, enfeitar com a autêntica pérola da cultura musical popular que é Il cuore è uno zíngaro. Mas é também a Chiara Civello de A me non devi dire mai, escrita com Bungaro, exemplo do gosto acústico dos arranjos que finalmente imprimem o seu estilo envolvente. Como em Ma uma vita no, para escutar à meia-luz, com a alma na defesa para não deixar-se envolver tanto. Para mudar a atmosfera e todo o resto com Go to Go, um tórrido rock escrito com Jesse Harris, autor de Norah Jones. Decididamente, mais livre que nunca. 

domingo, 11 de março de 2012

Artigo de 2002 sobre apresentação da Chiara com o grupo de Lello Molinari

Em 2002 foi lançado, pelo jazzista professor de Berklee Lello Molinari, o álbum "Multiple Personalities", que foi divulgado em Boston com alguns shows em locais especializados em jazz e rendeu ao projeto críticas positivas de várias publicações musicais. O site The Groove, feito por alunos de Berklee para divulgar os eventos ligados à Escola, esteve presente no show de lançamento e fez uma descrição do que aconteceu, falando de uma Chiara Civello recém formada e destacando-se em suas performances vocais.

Multiple Personalities faz música no RegattaBar
The Groove

Na terça, dia 2 de outubro, o baixista e professor da Berklee College of Music, Lello Molinari, trouxe ao palco seu grupo de estrelas e conquistou a platéia do RegattaBar numa turnê colorida de sua história e plano de fundo musical. A performance apresentou, primeiramente, as canções estilisticamentes diferentes de seu novo álbum, Multiple Personalities, mas não falhou em apresentar algumas das composições marcantes do passado, como que para acolher o lançamento do novo CD, como uma revisão e afirmação positiva da herança musical e desenvolvimento do artista.

Amigos, fãs, estudantes e colegas, assim como um número de hóspedes do hotel gradualmente encheram as cadeiras do local de jazz muito respeitado em Boston. Um pioneiro na guitarra e professor muito procurado na comunidade jazz, Mick Goodrick, tomou seu lugar no palco para fazer algumas preparações finais em sua guitarra customizada em formado de rim. Momentos depois, um rico aplauso acompanhou a entrada do líder da banda, Molinari, baterista Marcello Pellitteri, e o saxofonista do The Fringe, George Garzone, e enquanto pegavam seus instrumentos e instantaneamente iniciaram o show com uma versão da música "Simone".



Projetado contra os coloridos acordes da guitarra de Goodrick, Garzone aproveitou a oportunidade para fazer seu primeiro solo e demonstrar sua reputação técnica e habilidade melódica e levar a canção à alturas climáticas. Em seguida, uma bela canção Napolitana entitulada "Quando", viu uma cantora e recém formada em Berklee, Chiara Civello, proporcionar uma exuberante e sensual melodia vocal encontrada pela musicalidade de sua língua nativa. Foi particularmente satisfatório ver o envolvimento da cantora além do número de canções para as quais contribuiu no Multiple Personalities. Enquanto alguém poderia esperar que ela cantasse a composição de Garzone, "Anthony Goes to Marty Gras", assim como a balada napolitana "Malafemmena", seu envolvimento ultrapassou as expectativas com uma extensiva improvisação vocal nesta última e uma interpretação majestosa do que está identificado na playlist apenas como "do Duke". Na dança napolitana "Tarantella", Chiara se juntou à peça interativa de Garzone e do trombonista Jeff Galindo ao harmonizar a melodia.

Além das canções do álbum, Molinari escolheu duas de suas antigas composições e as combinou num medley. Enquanto as canções espaçosas e hipnóticas (que lembram um pouco o jazz europeu como o de Jan Garbarek) encaixaram-se bem com o corpo musical diverso associado com o Multiple Personalities, eles também serviram para ilustrar a história musical e o desenvolvimento da mente multi-facetada que está por trás desses trabalhos.

A performance também contou com o pianista Frank Carlberg que em seu canto, na extrema esquerda do palco, pareceu ficar ao fundo na maior parte do show. Enquanto o entusiasmo e habilidade dos membros da banda era aparente durante a performance, houve confusões às vezes, como quem faria o solo, o que resultou, ao que parece, em duas oportunidades perdidas de improvisação. No entanto, cada música, original ou clássico, teve seu charme único e nunca falhou em chamar a atenção do ouvinte. Multiple Personalities é um relato rico e excitante da história de Molinari. O álbum pode ser ouvido na biblioteca de CDs de Berklee ou pode ser comprado na internet em http://lellomolinari.com.

Para ouvir a Chiara cantando Malafemmena, faixa do álbum em questão:

Chiara amanhã na Radio Spazio Blu e fotos do Goal Show!

Amanhã (11), Chiara Civello será hóspede do programa Radio Days. A transmissão começa as 12h (horário italiano, 8 da manhã para os brasileiros, e para ouvir basta entrar no site da Radio Spazio Blu (o áudio inicia automaticamente). Para entrar em contato, existe a página de Facebook da rádio.

Há alguns dias a Chiara participou de um programa do Canale 9, Goal Show. Algumas fotos:


Cifras de Al posto del mondo e Hey Caro Ragazzo

Pros entendidos do violão, a Marcia Rezende tirou as cifras das duas primeiras músicas do Al posto del mondo...divirtam-se!

sábado, 10 de março de 2012

O que rolou hoje na Radio Hinterland



Chiara falou pelo telefone com a Radio Hinterland, de Milão, comentando primeiro como anda sua vida pós-Sanremo, fazendo os pocket shows pela Itália e depois com o show em Moscow. Respondendo as perguntas de fãs brasileiros (de um certo blog...) falou que nunca esteve na Rússia antes, somente quando era muito pequena, com sua mãe, tendo boas expectativas para o show.

Ainda para os fãs brasileiros, avisou que não poderá voltar ao Brasil durante a primeira parte da turnê, só podendo viajar a partir do meio de maio.

Sobre Sanremo, explicou o dueto com Shaggy e que tipo de pessoa ele é. Chiara falou sobre como nasceu o álbum Al posto del mondo, disse que foi tranquilo, pois tinha várias canções guardadas, de um ano e meio, dois anos atrás, e que quando voltou à
Itália escreveu as músicas com a colaboração de outros artistas. Ela conta que sentiu-se muito livre para compor o álbum, que ele é uma mistura de gêneros musicais, bem eclético, e que demonstra um pouco do que ela é hoje.


PopMatters entrevista Chiara Civello

Essa entrevista, publicada logo após o lançamento do Last Quarter Moon, sem dúvidas, é uma das melhores matérias já feitas com e sobre ela. Muitas informações que posteriormente se perderam em outras entrevistas, a abordagem de um aspecto muito mais intimista/familiar da Chiara, referências a coisas que a inspiram...

Experiência Transformada em Música: Uma Entrevista Com Chiara Civello
por Nikki Tranter
Jazz é a máquina de mergulho mais incrível quando se trata de ir fundo na música. Mas eu sabia que não poderia ser a nova Ella Fitzgerald; não poderia ser a nova Shirley Horn. Aprendi todos os tipos diferentes de música e então disse para mim mesma, "eu preciso achar minha própria voz. Hora de desaprender, hora de ser livre'. É como uma balão de ar quente: para poder voar você tem que se desfazer dos sacos de areia. Eu quero ser o mais leve que puder.
        - Chiara Civello, biografia da Verve Music Group

Com expectativas assim impostas a si mesma e um claro entendimento de sua importância em criar um jazz sustentável e excepcional, não é um grande choque que o CD de estréia de Chiara Civello, Last Quarter Moon, soe como um trabalho profissional. Quer ela as aceite ou não, as comparações com Ella e Shirley são válidas. A mesma fluidez de expressão existe em seu álbum, a mesma intuição, e a habilidade para surpreender nas melodias mais simples e previsíveis. Nestes dias, Chiara está mais propensa a ser comparada à Norah Jones e Diana Krall e Lizz Wright, mas tudo bem - essas mulheres, também, evocam imagens de Ella, e todas elas tiveram que começar de algum lugar.
Ella Fitzgerald, talvez o maior nome feminino do jazz
Chiara Civello nasceu em Roma e se mudou para Boston em 1994 numa bolsa de estudos para a Berklee College of Music, aonde estudou com Harold Crook, Ed Tomassi e Jerry Bergonzi. Sozinha, estudou música mediterrânea, entrando tão fundo nos sons da região que acabou aprendendo espanhol e português como resultado. Até que membros de sua banda começaram a colaborar com Paul Simon e, consequentemente, o produtor de Simon, Russ Titelman, foi quando ela pôde pôr seu estudo em prática. Russ adorou tanto sua canção "Parole Incerte" que a aconselhou: "Você é uma compositora, você tem que compor". Em pouco tempo, Chiara estava escrevendo e co-produzindo Last Quarter Moon, gravando backing vocals para "October Road", de James Taylor, e duetando com Tony Bennett no caminho.

"Um começo superior" é a melhor maneira de descrever o álbum de Chiara, aonde, segundo ela mesma, o jazz é somente o ponto de partida para o que ela espera que seja uma carreira com muitos gêneros. "Eu realmente não me considero uma performer de jazz; jazz marca minha entrada na música," contou recentemente à PopMatters, listando entre suas influências Bob Dylan e Joni Mitchell. Last Quarter Moon, embora considerado um lançamento jazz, é temperado com tanto folk quanto jazz, e até consegue ter umas batidas brasileiras e uma ou outra ambientação corajosa inspirada pelos seus anos na cena de Boston.

Os pontos mais sombrios do álbum são seus melhores, principalmente "Trouble", uma balada de um amor perdido co-escrita com Burt Bacharach, com uma melodia matadora e letras que combinam:

"Posso te sentir em toda parte
Você é como veneno no ar
Impossível
Eu sei o caminho para fora de você
Problema"

As composições de Chiara parecem menos padronizadas depois do melhor de Bacharach, James Taylor e até Billy Joel. Ela tem um talento especial para colocar, em suas músicas, imagens fortes para sustentar o linguajar mais comum das canções de amor. A música que fecha o álbum, "I Won't Run Away", por exemplo, tem um verso sobre "minhas lágrimas correndo até você", mas também descreve uma fraqueza romântica como: "Tudo que sei é que em breve irá nevar/Quando o verão estiver encoberto/O frio irá tomar conta/E congelar a terra e tudo o que cresce".

O mesmo vale para a requintada "The Wrong Goobye", com a abordagem de conversação de Chiara parecendo, deliberadamente, guerrear com o piano ao fundo, recusando-se a seguir seu ritmo. A canção é repleta de imagens ("Se ao menos você soubesse/Como fez meu dia ontem à noite/Entrei surpresa/Você parecia um astro de cinema/Derramando toda sua beleza nos copos das pessoas"), sem melodia distinta entre seus versos. Aqui Chiara se alegra, com as notas quebradas complementando as letras, trabalho feito com rimas que amarram os versos complexos até um refrão simples ("Tudo o que tenho é um pedido esta noite/Por favor não me mande para casa um o adeus errado").

O ouvido de Chiara para melodia é seu melhor trunfo nas faixas do álbum que não estão em inglês, incluindo "Ora", "Sambaroma" e o destaque "In Questi Giorni". Há uma qualidade meditativa nas canções, que são mais sobre se perder nos sons do que se preocupar com o significado das letras, o que testemunha sobre as habilidades de Chiara na construção da música. Por mais impactantes que sejam essas músicas mesmo se você não sabe sobre o que elas falam, as frases dela em suas canções em inglês fazem da tradução um prospecto excitante demais para deixar passar - embora, confie em mim, será preciso uma fonte melhor do que o Google Tradutor. Por agora, estou feliz com o mistério.

Em julho, Chiara volta para a Itália para um número seleto de shows, incluindo vários no renomado Umbria Jazz Festival, aonde ela irá ser divulgada junto à Elton John e Diana Ross. "Você tem que se preparar para se sentir sozinho", ela diz sobre fazer turnês, mas com otimismo, ela não pode evitar de encontrar harmonia mesmo nos cantos mais escuros. "Mas solidão é um ótimo lugar para começar uma canção". Chiara falou rapidamente para a PopMatters em seu caminho para o Japão a fim de promover e apresentar músicas do Last Quarter Moon.

PopMatters: Qual sua música favorita?

Chiara Civello: Bom..."Moon River". Antes de tudo eu amo "Bonequinha de Luxo". A cena onde Audrey canta na janela? Uau-- que melodia Mancini escreveu. Sem falar de "Huckeberry Friend"-- o gênio da composição, Johnny Mercer.

              
"Bonequinha de Luxo" (1961)
                        

PM: Minha música favorita do seu álbum é "In Questi Giorni". Sem falar italiano, eu não tenho idéia sobre o que se trata-- porque você acha que canções como essa funcionam independentemente da língua e do entendimento do ouvinte? É importante entender a letra de uma música ou reagir à música é agradável e forte o bastante?
CC: Acho que se a melodia sozinha consegue te emocionar, é ótimo. Deixa mais fácil para as letras virem. Cresci ouvindo músicas sem saber o que significavam as letras, então acho que isso se traduziu na minha composição, sempre me fazendo começar primeiro pela música. Todo o poder para a melodia. Melodias podem mover montanhas.

PM: Você pode transcrever em palavras que aspecto do jazz fez você querer ser uma performer de jazz?

CC: Realmente não me considero uma performer de jazz. Posso dizer que jazz marca minha entrada na música. Estudei jazz em Berklee por um tempo e amei obsessivamente até que senti necessidade de explorar estilos diferentes de música, música de diferentes partes do mundo, mais representativas do tempo e lugar em que eu vivo, como Nova Iorque, a cidade onde você acha 20 raízes étnicas em um vagão de metrô.
Estação de trem "L", em Nova Iorque, que vai do Brooklyn a Manhattan


PM: Por que o jazz é importante?

CC: Jazz é importante porque é uma manifestação da liberdade, e esse é o elemento que eu decidi manter na minha música...liberdade.

PM: Sua biografia diz que você estudou os estilos de composição de Bob Dylan e James Taylor. Foi um estudo deliberado? O que isso fez, no fim, com seu estilo de escrever?

CC: Tudo na música vem de uma intuição, de um forte sentimento tomando conta de você. Assim como quando eu quis aprender jazz e transcrevi os solos dos mestres de jazz até que entendi o vocabulário e desenvolvi meu próprio sentido, quando percebi que estava sendo atraída para escrever canções o melhor que fiz foi ouvir como os mestres desenvolviam seu ofício ao longo de suas gravações -- uma longa pesquisa até que encontrei minha própria voz.

Bob Dylan, artista considerado um dos maior compositores de todos os tempos


PM: Você tem preferência por alguma língua? Você prefere compor na sua língua nativa? Que desafios existem em escrever em línguas diferentes?

CC: Não tenho uma preferência. Quando escrevo uma música eu sempre começo da melodia. Uma vez que a música está pronta ou quase pronta ela dita que língua a letra deve ter. Italiano é mais adequado para certas melodias e inglês para outras. O mesmo para espanhol e português.

PM: O que estava por trás da sua decisão de incluir músicas em italiano e em inglês no seu álbum?

CC: Bem, eu sou italiana, e vivo nos EUA há 10 anos. Essas são minhas línguas...é como eu me expresso.

PM: Como você está se sentindo depois do lançamento do álbum?

CC: Tenho muitos sentimentos diversos sobre o lançamento do Last Quarter Moon. É meu primeiro álbum e representa um passo oficial para um patamar criativo mais profundo, aonde minha experiência é transformada em música. Isso traz muita alegria por poder fazer isso -- e muita responsabilidade por saber que é somente o começo.

PM: Explica um pouco sobre o processo que envolveu a produção desse CD. Como você escolheu as músicas, etc.

CC: Eu comecei a escrever canções para o álbum em 2002 e entrei no estúdio em 2003. [Produtor] Russ Tiltelman foi a pessoa que realmente me encorajou a escrever e me ajudou a preparar o repertório e a dar a ele o melhor formato com meus amigos que tocaram. Em relação as versões, não estava interessada em fazer um cover de nada que tenha sido feito milhões de vezes antes. Fiquei muito fascinada por "Caramel" quando ouvi pela primeira vez Suzanne Vega cantá-la num show, então decidir cantar.
Capa do single de Suzanne Vega

PM: O quão excitante foi trabalhar com Burt Bacharach?

CC: Encontrar Burt Bacharach foi como encontrar A Canção em pessoa. Ele é um dos seres humanos mais elegantes e simples que conheci. Ele é um verdadeiro artesão do som. Trabalhar com ele me deu muita força e encorajamento.

PM: O que você acha da música popular contemporânea? Considerando o sucesso de Michael Buble e Norah Jones, por exemplo, você acha que pessoas mais jovens então se abrindo para a música antes considerada "adulta'?

CC: Sim, eu acho. Vejo isso acontecer ao meu redor e eu acho que é uma grande oportunidade para o público e os artistas estabelecerem sons modernos que evitem que a qualidade e novidade se percam no mundo das músicas "chiclete".

PM: Você encontra reações diferentes à sua música ao redor do mundo? Italianos reagem diferente dos americanos, por exemplo?

CC: Sim, as reações são diferentes e essa é a beleza de fazer o que eu faço. Promover um álbum é também conduzir uma pesquisa antropológica. No Japão, por exemplo, as pessoas amam (o disco). Eu já estive lá três vezes e o público é maravilhoso. Muito diferente, muito quieto e sentimental.
Chiara no Japão, algum tempo depois dessa entrevista


PM: O que você acha que atrai um ouvinte para um estilo particular de música?

CC: A honestidade, a verdade de um artista. Pelo menos é isso que eu gostaria que fosse.

PM: Quais são suas esperanças para o futuro da carreira? O que é importante alcançar como uma cantora/compositora?

CC: Um cantor/compositor é um contador de histórias. Contadores de histórias são observadores e intérpretes de sentimentos, através do som e do silêncio, através das palavras e das pausas. Minha jornada como uma contadora de histórias apenas começou e eu quero ser o melhor que posso ser. Agora estou ocupada levando raios de uma lua minguante para cada casa e preparando novas histórias para contar.