domingo, 4 de março de 2012

Primeiro aniversário do SOFA' e Especial The Space Between de presente!

Hoje, dia 04/03, o stesasulSOFA' faz um mês de vida (agradecimentos virão depois heh), e na para nossa comemoração resolvemos fazer uma série de posts especiais sobre um dos álbuns mais queridos pelos fãs e pela crítica musical, o último lançado antes da Chiara conhecer o Brasil e que rendeu uma turnê pelos EUA, Europa e algumas cidades da Itália.


"Cantar o espaço entre as notas, entre o meu passado e o meu futuro, o espaço que te faz perceber melhor a realidade, o espaço que te faz sentir a falta de alguém.

O especial vai ser dividido em quatro partes e, para começar, um artigo escrito pelo site Alibi que descreve os passos que levaram a carreira da Chiara até o ponto onde ela conseguiu encontrar sua própria voz, retratando um aspecto mais intimista da produção musical.

Chiara Civello
por Mel Minter


Para Chiara Civello, a cantora e compositora italiana, pianista e guitarrista, uma série de acidentes felizes, longo treinamento e a habilidade para esquecer tem sido sua passagem para achar sua própria voz.

Apenas dê uma olhada em alguns dos ícones da música que esta jovem mulher já impressionou. Produtor Russ Titelman, que já trabalhou com gente como Paul Simon, Eric Clapton e Rickie Lee Jones, produziu seu primeiro CD, Last Quarter Moon. Compositor Burt Bacharach colaborou com ela numa canção para aquele lançamento. Cantor Tony Bennet a elogiou como "a melhor cantora de jazz de sua geração" - embora o jazz seja apenas uma das cores de sua paleta.

Apenas ouça seu último lançamento, The Space Between, cujas influências vão de Joni Mitchell a Jobim, e depois tente tirar a melodia da música "Night" da cabeça.

Chiara traz sua voz sedutora e músicas poéticas para o Outpost nessa terça, com Guilherme Monteiro na guitarra, Alan Hampton no baixo e Yusuke Yamamoto na bateria e percussão.

Entendendo o Jazz

As habilidades musicais de Chiara foram notadas muito cedo, e ela foi encorajada a desenvolvê-las. "Primeiro eu me juntei a um coral quando tinha 5 anos, mas não gostei", ela diz. "Então eu comecei a estudar violão clássico e não gostei também". Ela sentou no violão e quebrou o braço dele.

Enquanto isso, ela já tinha desenvolvido uma espécie de fascinação pelo jazz. "Meu pai tinha uma enciclopédia do jazz em casa, com todas as fotos famosas, como a famosa foto de Dizzy com suas bochechas inchadas." Chiara folheava o livro, fascinada por "estas pessoas, com seus instrumentos e suas mãos, que fizeram a história desse tipo de música".

"Uma série de encontros e coincidências" - entre elas, o livro e uma amiga da família que a ouviu cantando enquanto ouvia um disco - "me levou para uma pequena escola de música jazz que ficava perto da minha casa, em Roma", diz Chiara. "Foi onde comecei".

Dentro da Música

Ganhando uma bolsa de estudos para a Berklee College of Music em Boston, Chiara embarcou no seu segundo estágio para sua educação, estudando primariamente com instrumentalistas. "Às vezes eles têm uma abordagem mais profunda na música, chegando a entrar nela. Na época, eu queria realmente entender o cerne da música", ela diz.

Através do estudo da improvisação - "uma forma de explorar", diz Chiara - ela aprendeu a linguagem harmônica do jazz, e depois de anos na escola, ela diz, começou a trabalhar duro para esquecer seus estudos.

Encontrando sua voz

"A melhor parte dos cantores é quando eles acham sua própria voz", Chiara diz. "É uma espécie de jornada interior".

Para ela, achar sua voz teve que vir depois de estudar uma grande variedade de música - do bebop à bossa nova, de Bob Dylan ao jazz latino - e de ter uma boa base em entender a linguagem musical.

"Comecei academicamente", ela diz. "Devagar, percebi que era muito importante realmente descobrir quais são meus recursos, o que faz de mim "eu", única. Eu entendo que é porque eu sou italiana. Venho de uma cultura que é, de certa forma, dramática e melódica ao mesmo tempo. Então você tem que definir o que te define. E uma espécie de reflexão intelectual, mas inclui se ouvir muito, ouvir seu coração. E então para esquecer todas as coisas que você aprendeu - como as escalas e alcances nos quais você canta - você vai com seu coração.

É um processo que ela compara com desprender os sacos de areia de um balão de ar quente, para poder voar. Sem dúvidas Chiara está subindo, e ela vai, com prazer, levar seu coração junto no passeio.

Amanhã tem mais, voltaremos com um artigo maravilhoso sobre a composição das músicas do álbum e o áudio de um show inédito de 2007!