terça-feira, 6 de março de 2012

Entrevista publicada hoje falando de Al posto, nova turnê e Sanremo

Entrevista divulgada hoje no Festival.blogosfere, falando sobre o novo álbum, turnê e uma explicação do porque a Chiara topou participar de Sanremo e o que isso significou. 

tradução feita pelo SOFA'

Chiara Civello “Al Posto del Mondo”: o disco para a gente
por Fabio Fiume


A foto não é do artigo, foi tirada ontem pelo Fabio De Cesare, na La Feltrinelli Napoli :)


Encontrar Chiara Civello para a apresentação de seu quarto trabalho “Al posto del mondo” é um momento que mostra grande serenidade. Se tem a nítida sensação de ser ter a frente uma artista satisfeita, contente com seu momento profissional, que depois de tanta confusão e o sucesso alcançado longe das nossas fronteiras, encontrou com a participação no último Festival de Sanremo, o retorno do público, italiano finalmente, tão esperado.
 
FF: Agora Chiara, Sanremo passou. Toda a tensão que se vive no palco do Ariston, parecia que se esvaia ao seu redor. Foi capaz de apreciar este seu momento pessoal. Foi assim mesmo?

CC: Digamos que tua análise esta certa. Sanremo chegou agora, que talvez eu queria mesmo, porque realizei muitas experiências importantes, que me levaram a ser o que sou hoje, com serenidade criativa e de carreira, que me permite olhar tranquila esta passagem importante. Era o momento ideal, uma junção de fatores, um caminho obrigatório na carreira, mas de coração, porque qualquer um que seja cantor na Itália, à espera de passar naquele palco onde nasceram tantos grandes da nossa canção. Porém, asseguro que tive medo, não somente pela escada!

FF: E da disputa, nenhum medo?

CC: Não pensei tanto nisso. Se aceita um convite para um palco tão importante e não pensa na oportunidade de se apresentar para tanta gente, pensar na disputa não faz sentido.

FF: Durante uma entrevista pré-Sanremo, os organizadores Gianni Morandi e Gianmmarco Mazzi, disseram que em 2009 você já deveria participar entre os jovens, no mesmo ano de Arisa, Malika Ayane, Simona Molinari, Karima, Irene Fornaciari, Chiara Canzian, etc, acompanhada de Pino Daniele, com o qual já tinha cantado e depois não. Como assim?

CC: É verdade. Houve um problema de tempo e organização. Eu não vivia na Itália naquela época e não encontrávamos oportunidades para encaixar o meu tempo com o de Pino, que também tinha outras coisas. Foi um pecado porque adoro Pino, trabalhamos juntos. Ele é um dos meus mitos musicais e teria sido uma linda ocasião.

FF: Você trabalhou com Burt Bacharach e tantos outros nomes da cena jazz americana e brasileira. E devesse escolher com quem colaborar aqui na Itália, quem escolheria?

CC: Gianna Nannini, porque a estimo, eu gosto como ela canta e conheci ela, acho simpaticíssima. Também com Paolo Conte, pelas maravilhosas canções que escreve e se fosse vivo com Luigi Tenco. E não apenas pelo acontecimento recente, com Lucio Dalla, que tive a sorte de conhecer e que na noite que fui eliminada de Sanremo, ele estava sentado ao meu lado, me deu um tapinha, e disse: “mas o que isso importa? Agora começa tudo de novo, agora deve trabalhar.” Não esquecerei daquele encorajamento.

FF: Na Itália, Sanremo, para Chiara Civello, foi um ponto de partida, e agora, onde chegará?


CC: Agora parto para Moscou, para uma apresentação importante, depois de novo na Itália e depois volto a escrever, já estou fazendo para dizer a verdade, também para outros artistas. Eu gostaria, por exemplo, de escrever para Francesca Michielin, que me acompanhou no dueto sanremense e que encontro dentro da música.

Chiara Civello está promovendo Al posto del mondo, um trabalho que se faz em 10 músicas que descrevem mais que um mundo de estilo de veias jazz ao canto de raiz americana old style, até o pop sanremense, passando por baladas mais íntimas. A própria Chiara acha difícil rotular o trabalho em um gênero musical, e seguramente serve para dar idéia de como é o mundo artístico da cantora e compositora. Tantas são as colaborações, do fotógrafo de emoções Bungaro, que com Chiara assina a intensa “A me non deve dire mai”, dos brasileiros Ana Carolina e Dudu Falcão em Problemas, talvez a melhor música do disco, também porque é o único onde o amor não é visto com senso positivo.

E Se, pode ser tranquilamente a segunda melhor música, escrita com Patrícia Cavalli e Diana Tejera (que também já compôs para Tiziano Ferro as famosas E fuori è buio e Scivoli di nuovo), assume as características tão apreciadas da nossa Civello, além daquele estilo “bacharachiano” nos arranjos, com tanta leveza.

Bacharach volta na música final Trouble, música que está também no primeiro álbum da cantora romana, mas com arranjos de cordas novos, onde as melodias foram feitas por Peppe Vessicchio. Alguns criticaram a escolha da música de trabalho Al posto del mondo, porque era muito longe da cantora jazz que precedia o nome de Chiara Ciivello. Nada foi errado! Se Chiara passou por Sanremo para emergir sua popularidade nacional, não podia ter feito escolha mas certa, pela enorme capacidade da música se fixar na cabeça, mantendo-se elegante e suficientemente distante de estupidez, Al posto del mondo teve o privilégio de levar Chiara Civello para perto da gente, que agora aproveita, desfrutando de toda a satisfação do aplauso que chega da rua, da senhora que faz as compras e a reconhece, e não somente do público jazz. Sei ½