quarta-feira, 7 de maio de 2014

Matéria sobre o lançamento do Canzoni no jornal La Sicilia, traduzida!

Hoje foi lançado mundialmente o novo álbum da Chiara, "Canzoni", que já pode ser ouvido em todas a plataformas streaming e de download digital. Soubemos em primeira mão que um lançamento oficial no Brasil está sendo agendado, além de realces na divulgação em âmbito internacional como um todo, então vamos aguardar, claro, sempre ouvido esse CD que já está bombando na mídia italiana! 

Tanto que a edição de hoje do jornal La Sicília dedicou meia página somente para contar detalhes sobre a produção e lançamento do álbum, como vocês podem ler em português abaixo: 



La Sicilia – 06 maggio 2014

"Uma alma nova para clássicos italianos"

Sonoridade internacional para imortais de ontem e de hoje

Giuseppe Attardi


A cantora de origem modicana transporta melodias clássicas da nossa história musical entre as praias do Brasil e as estradas de Harlem. Soul, jazz, bossa nova e duetos vip emocionantes.

Chiara Civello é uma nômade da música. Estudou na mítica Berklee College, que continua produzindo talentos do jazz internacional. Lá em Boston se apresentou em toda parte, restaurantes, casamentos. Depois NY, o primeiro contato com a prestigiosa Verve, um álbum que entre outras há Trouble, música escrita juntamente com Burt Bacharach. Após o Brasil, para onde se transferiu para entender os segredos de uma outra extraordinária escola de vida e de música, por onde se apaixonou pela bossa nova.

Porém há algum tempo começou a sentir o chamado das raízes. O pai siciliano de Modica – “vivi na Sicilia quando criança, relembra” - , a mãe da Puglia, ela nascida em Roma em 1975, Chiara sente saudades da sua terra.



Em 2012 lança o álbum “Al Posto Del Mondo”, um disco com músicas em italiano. “É um pouco o álbum do meu retorno à casa”, conta – “ Em algum momento senti dentro de mim que crescia o interesse, o amor por aquilo que é muito italiano que é a melodia. Sempre mais escrevo em italiano. E também era o que o público desejava ouvir de mim, porque sou italiana. Devagar eu observava o quanto era complicado viajar o mundo todo sem ter uma uma relação mais próxima com o grande público do meu país.” Para isso, decide se mostrar para o público sanremense, - “ experiência que repetirei” – mesmo sabendo que este passo foi carregado de tensão e desapontamento.

Dois anos depois, a cantora apaixonada por bossa nova retorna com outra declaração de amor ao encontro da melodia italiana. E hoje lança o disco Canzoni, no qual se apresenta como intérprete na intenção de dar um toque internacional aos clássicos da música nacional de ontem e de hoje. Com voz quente e envolvente, Chiara se apropria da contiana Vieni via con me à Arrivederci di Umberto Bindi. Do ritmo contagioso da sedução de Con una rosa, de Vinicio Capossela, à melancolia com Io che amo solo te, di Endrigo, em um dueto emocionante com Chico Buarque, do beat soulful de Io che non vivo senza te, com Gilberto Gil, à passional E penso a te, de Battisti e Mogol, cantada juntamente com Ana Carolina e o desencanto um tanto ingênuo de Metti una sera a cena, di Enrico Morricone.

Ainda a sedução conduzida quase na auto-ironia de Una sigaretta de Fred Buscaglione, a sensibilidade pungente de Il Mondo, de Jimmy Fontana, a sensualidade de Fortissimo, de Lina Wertmuller, a leveza sentimental de Che m`importa del mondo, que Chiara escolhe cantar em espanhol. A estas se juntam algumas canções italianas mais recentes, de Vasco Rossi, Negramaro e Subsonica, talvez os momentos menos convincentes do álbum.

Um disco onde prevalece o vintage, a canção clássica dos anos 60. Talvez porque foi o período de ouro da nossa música?
Chiara – O disco nasceu como uma antologia moderna da canção italiana, mas uma abertura internacional. No mundo são as músicas mais conhecidas. Das mais recentes, escolhemos apenas cinco músicas.

Entre as 17 faixas, a exceção é I mulini dei ricordi em dueto com Esperanza Spalding, tradução em italiano para uma canção estrangeira: The windmills of yormind, di Michel Legrand.
Chiara – Já foi interpretada por grandes nomes como Dusty Springfield, Sting e tantos outros. É uma das minhas músicas favoritas, tanto pela letra quanto pela música sublime de Legrand. Com esta idéia de fazer uma versão italinam um dia, pesquisando no Google, descobri que já foi cantada por Enzo Jannacci uma versão de seu filho Paolo, muito bonita e fiel à original. Jannacci faleceu a pouco e sem pensar duas vezes decidi homenagear tanto ele quanto Dusty e Legrand.




Chico Buarque: Com ele Chiara canta Io che amo solo te. Era amigo de Sergio Endrigo. É um dos momentos mais emocionantes de todo o disco
Esperanza Spalding: Em "I mulini dei ricordi", única canção não italiana do disco: "The Windmills of Your Mind", uma música de Michel Legrand. 
Gilberto Gil: Em Io che non vivo senza te. No refrão Gil se comoveu e também. Naquele momento entendemos que conseguimos entrar de verdade no coração desta canção.

Como surgiram as colaborações com Chico Buarque, Gil e os outros convidados?
Chiara – Para mim era um sonho envolvê-los e representa a confirmação o valor deste projeto. Primeiramente com Nicola Conte (produtor artístico), escolhemos as músicas, e depois de dar uma versão inovadora, internacional, soul jazz com ecos brasileiros, saindo um pouco do melodrama. Quando Eumir Deodato deu o ok, mostrei a Chico e Gil. Eles adoraram e foi muito gratificante que tenham aceitado com entusiamo cantar as canções comigo.