quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Chiara Civello em Sanremo e o álbum novo: “A minha trajetória do jazz à canção”

O La Repubblica divulgou hoje uma matéria muito completa e original feita após entrevista com a Chiara em Milão, na ocasião da divulgação do lançamento de seu novo álbum. Algumas informações novas sobre o "Al Posto del Mondo", como a parceria com Jesse Harris. 

Tradução da parceira do SOFA', Alessandra Santin. (obrigada, Alê!)



La Repubblica.it – 09 de fevereiro de 2012



A artista romana entrará no palco de Ariston com a canção Al posto del Mondo, e na noite dos duetos, encontrará o jamaicano Shaggy para cantar a versão inglesa de “Io Che non vivo senza te”.

Quem se surpreende de me encontrar participando do Festival de Sanremo com uma canção cantada em italiano evidentemente perdeu vários capítulos da minha história como cantora e compositora.” Depois da estréia jazz em 2005 com um álbum lançado pelo prestigiado selo americano Verve, e após a longa permanência no Brasil, que a levou a fazer um tour no país sulamericano, a compositora romana Chiara Civello chega pela primeira vez ao palco do Ariston com a música Al posto del mondo, escrita a quatro mãos com a compositora ítalo-espanhola Diana Tejera.
Uma recuperação no último minuto, porque, como amplamente divulgado, a canção apresentada aos organizadores do festival já havia sido escutada e mostrada entre diversos artistas e alguns colocaram em dúvida que esta música fosse mesmo inédita: “Foi proposta (a música) a Celentano, mas o fato é que as músicas, como todas as experiências artísticas, fazem muitas voltas, mas depois encontram sozinhas o seu destino e a sua voz: nem sempre quem a compõe a interpretará, mas desta vez foi o caso”.
Al posto del mondo é uma canção de amor, mas com singularidades na estrutura: “entre a estrofe e o refrão há uma forma própria, incomum para as músicas. O amor é o meu tema preferido, mas até ele é incomum/atípico nesta canção, parece um amor platônico e na verdade celebra um amor dinâmico, um amor que é quase independente do outro, que o leva a outra dimensão, como uma forma maior de envolvimento”.
Resolvida a questão, Chiara está pronta para ir a Sanremo para as provas: “Perdi apenas um dia de ensaio em Roma, devo recuperar em Ariston, mas isso não me preocupa: vivo a emoção de fazer parte de uma historia importante da canção italiana com grande leveza, sou uma pessoa que não gosta de rotinas e esta aventura ao Festival me permite vivenciar uma experiência importante. Estou tranqüila porque apresentarei uma canção que me representa, não faço uma música pop só porque estou no mundo pop, é uma música de sons intensos, tocada em todos os seus momentos, tem acordeão, tem alguns sons dos anos sessenta. Em resumo, ao contrário do pop nacional popular cheio de abstinências: se fecha os olhos entra-se no mundo de Dusty Springfield.”

Os anos 60 é o seu universo musical de referência: Chiara é diplomada em Berklee, e sempre cita a música de Bacharat como seu ponto de partida artístico, e que como esse tem o poder de transformar uma cantora de estúdio em uma grande voz como Dionne Warwich. No novo álbum, as duas paixões de Civello estão bem representadas: o jazz, graças a “Got to Go”, uma música escrita a quatro mãos com Jesse Harris, autor de Norah Jones, ao rock pelos sons elétricos muito marcantes da música brasileira à grande canção italiana popular, pela interpretação de “Il cuore è uno zíngaro”, di Nicola Bari: “Amo desde sempre, há uma lindíssima melodia”.

Na noite dos duetos, na sexta-feira, dedicada às grandes canções italianas famosas no mundo, cantará com o jamaicano Shaggy “You Don´t Have to say you Love me”, versão inglesa de “Io Che non vivo senza te”, de Pino Donaggio. Porque os anos sessenta estão novamente entre nós.

Fonte: La Repubblica