Tradução livre feita pelo stesasulSOFA'
Em sua estréia nos Estados Unidos, a cantora italiana Chiara Civello soa como se tivesse passado seus anos de formação no Rio, e não em Roma. E não é só porque sua banda inclui o vocalista Daniel Jobim - neto de Antonio Carlos Jobim - e bateirista Paulo Braga. Em faixas como "Outono" de Rosa PAssos e uma adequadamente sonhadora versão de "Caramel" de Suzanne Vega, a abrangente influência, tanto vocal quando nos arranjos musicais, é o calor delicado que fez amada, por milhões de pessoas, a bossa e outros estilos brasileiros.
Civello e o produtor Russ Titelman chamaram os talentos de uma companhia competente de jovens e sólidos músicos, incluindo os percussionistas Steve Gadd, Dan Reiser e Jamey Haddad, pianista e organista Larry Goldings, celista Mark Stewart, guitarrista Adam Rogers, saxofonista Miguel Zenon, baixista Ben Street, pianista Alain Mallet, guitarrista Guilherme Monteiro, vibrafonista Mike Mainieri and baixista Alex Alvear. A equipe diversificada rodeia a voz "Astrud Gilberto-encontra-Sade" de Civello com bastante textura.
"The Wrong Goodbye" e "Here is Everything" (a última com um solo certeiro de Zenon), com sua intensidade direta, são típicas do trabalho de Civello, tratando da perda do amor e das visões, sons e até cheiros que podem tanto aumentar ou camuflar o desespero. "Nature Song" e a faixa-título levam o padrão sensorial até o reino das estações do ano, com um ciclo de desespero, conforto, renovação e, no fim, esperança ou medo. Este último sentimento é ecoado em "Trouble", com Civello tendo ajuda de Burt Bacharach na composição.
No entando, nem tudo é tão emocionalmente pesado. "Ora" expressa uma espécie de euforia gentil, e na delicada balada "In Questi Giorni" Civello fala de externalizar remorsos.
Com Last Quarter Moon, Civello deu um primeiro passo digno de crédito. Ela ainda não compartilhou suas influências, mas tem as qualidades essenciais de uma notável cantora e compositora nos moldes do pop-jazz.
ORIGINAL (em inglês)
